5 de ago. de 2012

  • Preso em flagrante, jovem que atropelou grupo na saída de boate será indiciado por homicídio

    Hudson Eduardo Silva, de gorro, presta depoimento no Detran, ao lado dos colegas que estavam com ele no carro que atropelou e matou uma pessoa e feriou outras na saída de uma boate em Nova Lima (Jair Amaral/EM/D.A Press)


    O jovem de 18 anos que atropelou um grupo de pessoas na saída de uma boate em Nova Lima, na Grande BH, matando uma das vítimas, será levado ainda neste domingo para o Centro de Remanejamento do Sistema Prisional (Ceresp) São Cristóvão, na capital. Ele foi autuado em flagrante e deverá ser indiciado por homicídio com dolo. Os dois amigos que o acompanhavam foram liberados depois de prestarem depoimento.

    De acordo com o delegado chefe do Detran-MG, Ramon Sandoli, Hudson Eduardo Silva é inabilitado, estava embriagado e não possuía o documento do carro que dirigia, um Fiat Uno com placa de São Paulo. Ele alegou ser o dono do veículo, que não possui registro de furto ou roubo.

    Um inquérito policial será instaurado para investigar o caso. Segundo o delegado, as investigações irão apontar se Hudson será indiciado por homicídio doloso, quando há intenção de matar, ou por dolo eventual, quando se assume o risco de matar. Se condenado, Hudson, que já tem passagem na polícia por receptação de produto roubado, pode receber pena que varia de 12 a 30 anos de prisão.


    Segundo o delegado, os três rapazes contaram que se envolveram em uma briga dentro da Hard Rock Café após um deles mexer com uma mulher que estava acompanhada por outro homem. Por causa da briga, eles foram expulsos da casa noturno pelos seguranças. Os jovens afirmaram que foram agredidos pelos seguranças.

    Ainda conforme o depoimento do trio, eles entraram no carro e quando se preparavam para sair viram um grupo seguindo em direção ao veículo para agredí-los. Assustados, subiram a rua, que não tem saída. Neste momento atropelaram um rapaz. Ao descerem a via, o mesmo grupo estaria armado com pedaços de ferro e madeira e, numa tentativa de se defenderem, avançaram com o veículo sobre as vítimas e fugiram do local.

    Wellington Ribeiro de Faria, de 59 anos, estava dentro de uma van quando viu o primeiro rapaz atropelado. Ele desembarcou do veículo para socorrer a vítima quando foi atingido pelo Uno que descia a rua em alta velocidade. Ele sofreu ferimentos múltiplos e morreu antes da chegada de socorro médico. O motorista, que morava no Bairro Palmares, trabalhava com transporte escolar e fazia transporte de jovens à noite que, por causa da Lei Seca, o contratavam para levar a bares e boates. Ele aguardava o grupo sair da casa noturna para levá-los de volta quando ocorreu a tragédia.

    Imediatamente após o atropelamento a polícia montou um cerco para deter o trio. Eles foram interceptados na Região da Savassi, mas mantiveram a fuga. Ao passarem pelo cruzamento das ruas Camões e Dantes, Hudson perdeu o controle da direção do veículo, que bateu no meio-fio e invadiu a calçada. Danificado, o veículo parou de funcionar. Os três foram detidos antes mesmo de desembarcarem.

    Os amigos de Hudson, identificados como Lucas Marsal Silva Dias, de 23 anos, e Yago Bruno Portilho Siman, de 20, foram ouvidos pelo delegado e liberados em seguida. No fim da manhã, Hudson foi levado para o Instituto Médico-Legal para exames periciais antes de ser encaminhado ao Ceresp.

    Entre as outras vítimas do atropelamento, apenas um rapaz de 25 anos, cuja identidade não foi informada, precisou ser hospitalizado. Ele foi levado para o Hospital de Pronto-Socorro João XXIII, na capital, por uma equipe do Serviço de Atendimento Médico de Urgência.

    Caso semelhante no Norte de Minas

    Em Montes Claros, o estudante de administração de empresas Luiz Filipy Oliveira Almeida, de 23 anos, foi indiciado por dupla tentativa de homicídio qualificada por ter atropelado intencionalmente duas pessoas na saíde de uma casa de shows da cidade. O fato ocorreu na madrugada de 16 de junho depois do estudante se envolver em uma briga na casa noturna. O atropelamento foi filmado pelo sistema de vigilância Olho Vivo e teve repercussão nacional.

    Umas vítimas do atropelamento, o comerciante Camilo Martins Lima, de 24, sofreu traumatismo craniano e continua internado em estado grave no Centro de Tratamento Intensivo (CTI) da Santa Casa de Montes Claros. De acordo com boletim médico, sem recuperar as funções neurológicas, ele está sendo mantido em coma e corre o risco de ficar tetraplégico. A outra vítima, o estudante Bruno Sandrer, sofreu lesões na perna esquerda, na barriga e no rosto e foi liberado no mesmo dia do acidente.

    Fonte:Estado de Minas

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