30 de jun. de 2012

  • Uso de emagrecedores "vicia" 79% de seus consumidores


    Há cerca de dois anos, a contadora Juliana Sandrelli, 30, não usa inibidores de apetite. Mas ela consumiu os chamados emagrecedores durante seis anos de forma contínua. "Comecei depois de usar uma injeção anticoncepcional e engordar 10 kg em um ano. A primeira coisa que pensei foi perder peso de forma fácil", lembra.
    Juliana tomava o inibidor durante pouco mais de um ano e emagrecia. Mas, assim que interrompia a medicação, voltava a engordar. "Usei várias vezes", conta. Até que a medicação intensificou um quadro depressivo. Desde então, ela tenta, sem sucesso, mudar os hábitos alimentares. "É preciso ter muita força de vontade", diz.
    Segundo a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), 79% dos consumidores de inibidores de apetite usam a medicação de forma contínua - sem interromper o tratamento ou fazendo interrupções e retomando a medicação, como Juliana. Esse tipo de medicamento é aconselhável apenas para pessoas com diagnóstico de obesidade, com base em avaliação médica, e por tempo determinado.
    Registro cancelado - O levantamento, feito nas capitais brasileiras e no Distrito Federal, considerou o consumo de mazindol, anfepramona, femproporex e sibutramina. Em 2011, a Anvisa cancelou o registro dos três primeiros e impôs um maior controle para a venda da sibutramina. Em 2010, o Brasil respondia por mais da metade das vendas de sibutramina no mundo, segundo a Anvisa - foram vendidas 5,6 t, sendo 3 t no país.
    Segundo a coordenadora do Sistema Nacional de Gerenciamento de Produtos Controlados (SNGPC), da Anvisa, a farmacêutica Márcia Gonçalves de Oliveira, a bula da sibutramina alerta que o medicamento pode ser consumido por até dois anos. Mas o ideal, segundo especialistas, seria que apenas casos graves fizessem esse uso continuado.
    "Ainda não sabemos qual o benefício de manter o paciente tomando (a sibutramina) a longo prazo", diz o endocrinologista Paulo Miranda, presidente do Departamento de Endocrinologia da Associação Médica de Minas Gerais.
    "O estudo alerta para a necessidade de se atentar para o consumo seguro desse medicamento, que exige uma série de cuidados", ressalta Márcia. "Serve como reflexão para os profissionais de saúde, mas, principalmente, para os pacientes, para que usem (a sibutramina) só se for estritamente necessário e com indicação médica", completa.
    (O Tempo)

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