6 de jul. de 2012

  • O espetacular Homem-Aranha, de Marc Webb, traz o super-herói mais contemporâneo


    Divulgação
    É surpreendente como uma história criada há quase meio século, como a do Homem-Aranha, mantenha-se tão potente. O motivo talvez seja o fato de o personagem ter sido construído com apurado senso dramatúrgico. Um rapaz problemático, inseguro, com vida pessoal dramática (é filho de pais desaparecidos em misterioso acidente de avião e, involuntariamente, está envolvido em episódio que levou à morte do tio, que o criou). E que, devido a um incidente, torna-se super-herói bem-intencionado, mas malvisto, que vive dando foras. Acrescente-se a isso uma dura vida familiar, de quem passa necessidades e labuta como repórter fotográfico. Situação em tudo distinta da distância olímpica que outros super-heróis têm dos dramas da espécie humana.

    Veja os horários e salas de exibição de O espetacular Homem-Aranha em BH
    O Homem-Aranha veio do mundo dos gibis, passou pela televisão (e o teatro), chegou ao cinema e aos filmes 3D sem perder o encanto. E continua comovente, mesmo quando se sabe de cor a história dele e apesar de estar em obras que ficam a dever em qualidade. Quem duvida deve ver O espetacular Homem- Aranha, de Marc Webb, que recoloca na tela a origem do personagem. O título é exagerado, é filme modesto, apesar de simpático. Mas o exótico tipinho não perde o charme. Está inclusive mais contemporâneo. Peter Parker, agora mais adolescente, continua enrolado em problemas (com anamorada, a tia, a polícia, os amigos etc.). E virou super-herói devido a mordida de aranha geneticamente modificada.

    O que o filme tem, e de muito bom: o ator Andrew Garfield, dando show de bola, em meio a elenco que está apenas correto. A história que se mantém rente ao gibi, é voltada aos mais jovens, sem que isso signifique caricatura (há diálogos ótimos). E algum romantismo, sem ser machista. Evita-se, ainda, fazer de Nova York, uma cidade gótica (o que já virou clichê), mostrando paisagem urbana ligeiramente futurista. O que falta: humor, ritmo, suspense, cenas de ação bem desenvolvidas, música que não seja só para enfatizar grandiosidade. Há também certa decepção com os saltos acrobáticos do Homem-Aranha (mesmo em 3D), que remetem a efeitos especiais precários. Talvez até pelo fato de que, como o personagem sempre teve bons desenhistas, eles conseguiram, com caneta e nankim, fazer os leitores deslizarem feericamente sobre prédios com o herói.

    Preste atenção
    Um bibliotecário, com fones nos ouvidos, nem percebe a luta entre o Homem-Aranha e O Lagarto, bem atrás de onde está trabalhando. A cena do filme, de menos de um minuto, esconde o maior herói vivo do mundo HQ: Stan Lee ou Stanley Martin Lieber, de 89 anos.
    Ele, com parceiros (em especial Jack Kirby e Steve Ditko), foi o criador de ninguém menos que o Homem-Aranha, Hulk, Homem de Ferro, X-Men, Demolidor, Thor, Os Vingadores e Quarteto Fantástico, entre outros.
    Escritor, roteirista, editor, foi o homem que fez uma revolução ao criar, a partir dos anos 1950, super-heróis complexos, problemáticos, cheios de drama.
    Caminho de humanização que se opunha aos personagens da época, todos invencíveis, como o Super-homem. Manobra fundamental para transformar a Marvel Comics, de pequena editora de HQs, em uma das maiores corporações multimídia de HQ do mundo. Stan Lee também faz uma ponta no filme Os Vingadores, também personagens dele.

    Fonte Divirta-se Uai

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